*Texto enviado no dia 17 de maio de 2024. Saí de Lajeado debaixo de chuva. Antes de chegar a Osório, o céu se abriu para o sol. E comemorei, assobiando uma canção que ouvia na rádio Cultura. Segunda-feira, minha filha mandou a mensagem, mãe, o rio tá subindo muito depressa. Em quatro dias, o vale, incomunicável. Nem sei quantas inundações já vivi. Lembro-me de uma que levou até as bolinhas de Natal. Escaparam pela janelinha do porão, boiando lindamente num janeiro dos anos 70. De outra vez, a enchente pegou de surpresa o circo instalado no valão. O gerente, e também domador, salvou o elefante e dois pôneis, atados em uma árvore da praça. Em outra ainda, embarcamos na bacia de zinco feito bote - depois, a surra. Sim, a desgraça dos adultos não é a mesma para as crianças. O bom era que por um tempo não tínhamos aula porque as salas também estavam submersas. Quando voltávamos à escola, o deboche, o bullying de hoje: “abobada da enchente”, coisa antiga que só fui de...
Comments
Post a Comment